Este é um romance do autor André Pieyre de Mandiargues que gerou o filme A Garota da Motocicleta, de 1968. No filme os personagens principais são representados por Marianne Faithfull (Rebecca) e Alain Delon (Daniel).

O livro conta a história de Rebecca, recém-casada com um professor francês, que vai ao encontro do amante com a sua Harley-Davidson, presente de casamento do amante! A propósito, a motocicleta veio com um só assento. O autor, apaixonado por motos, pelo menos foi o que eu percebi, desfila outras marcas como Guzzi (uma das motos do amante), BMW, M. V. Agusta, Norton, NSU…

Todo o tempo, durante os insights de Rebecca, ele mostra a capacidade que as motocicletas têm de seduzir, abstrair seus pilotos. Fala da vibração da Harley, das altas velocidades, das abstração das estradas. Quem já pilotou uma moto vai se identificar com os sentimentos. A personagem gosta de correr pelas estradas que ligam à França à Alemanha, as auto-pistas, vazias àquela época. Até o seu destino, Heidelberg, ela vai ultrapassando carros e ciclistas.

No percurso para mais uma visita a casa de Daniel, ele vai contando a história da personagem, sua vida na Suíça com o pai, um livreiro, o noivado com o Raymond, a primeira garupa na Guzzi vermelha, as aulas para aprender a pilotar a máquina e, claro, os encontros com o amante. Interessante é roupa que ela usa: um macacão de couro preto, sem nada por baixo!

São poucos os diálogos, a maior parte do texto é tomado com os pensamentos de Rebecca, voando como a sua moto por aí. A sinopse que está nas orelhas do livro, edição de 1966, conta que o livro fala de sexo, mas dado a época da trama poderíamos dizer que o texto é levemente erótico, mais centrado nas motocicletas e nos encontros em si. Enfim, uma leitura agradável, rápida. Agora só falta ver o filme.

Se estiver curioso, aqui tem uma das músicas do filme: Song for Nico. E aqui uma outra availação do filme/livro: A garota e o selvagem.