Moto Explorer

July 24, 2012 - Ilha Comprida – SP

July 24, 2012 -  ?> | 7 comments | Viagem

viagem moto Ilha CompridaInverno aqui no sul com sol é tudo de bom. Pelo menos para quem vai sair de moto é garantia de céu azul. Com sorte até um pouco de calor! Neste domingo fomos a Cananéia e Ilha Comprida, em São Paulo, a convite de um pesquisador colega da Patrícia, o Paulo. E ele, pelo jeito, adora um programa de índio! Já explico.

Na sexta recebi o track do passeio e não percebi que era com “aventura”. A Patrícia tinha dito que tinha um trecho com estrada de chão, mas pensei que fosse em Ilha Comprida. Não era! Mas foi legal.

Saímos um pouco depois das 8:15 do ponto de encontro em frente ao hospital Vita, no bairro Alto, saída para São Paulo. Dali partimos em direção a Jacupiranga, onde pegaríamos a estrada. A ida foi tranquila apesar da quantidade imensa de caminhões, pelo menos naquele horário. Apesar do pedágio de noventa centavos, para as motos, a estrada tem uma série de trechos com buracos ou falhas no pavimento. Alguns pontos estão sofrendo reparos nas pontes, o que significa mão única e um pouco de lentidão. Chegando a Jacupiranga, paramos em um posto para o Paulo abastecer, já que a Aprillia 650 dele tem uma sede bárbara. Já as lanchonetes naquela região deixam a desejar, só oferecendo salgados fritos em óleo 40. Moto abastecida, pegamos o sentido da estrada. Neste ponto, olhando para o GPS, desviei da rota, pois vi uma estrada de chão, como nome de rodovia SP 193 e pensei, não, não pode ser. Ao lado havia uma rua asfaltada, então deveria ser aquela. Encostamos as motos e o Paulo confirmou que era por ali, pela estrada de chão! A gorda (V-Strom) finalmente iria comer poeira.

Seguimos o trecho e a estrada estava bem conservada, com alguns buracos e semeadura de cascalho em outros pontos. O chão estava seco, o que permitia andar a uns 40-50 km/h, menos onde o cascalho havia sido espalhado. Depois de alguns quilômetros a estrada sumia no GPS (preciso enviar o track para o pessoal do Tracksource) mas continuava ao vivo, até o ponto que parecia uma daquelas estradas rurais daqui da região: capim no meio da via. Logo mais tudo volta ao normal, aparecem alguns trevos com placas de localidades (bairro Pindaúba) e a SP-226, que leva à balsa.

Para quem não conhece a região, para chegar a Cananéia ou se vai pela balsa ou pela ponte. Assim, economizamos um bom trecho de asfalto e conhecemos um pouco da mata atlântica em São Paulo. Na espera pela balsa, que parte de meia em meia hora (fora da temporada) um motociclista puxou conversa sobre a minha moto, falou que tem uma XRE-300 e perguntou de onde éramos. Falei Curitiba e ele perguntou quanto tempo de viagem até ali. Papo de sempre, até que perguntei de onde que ele era: Guaraqueçaba. Bem até ali tudo bem, mas ele teria de ter feito o mesmo caminho que nós, pela BR-116. Mas ele não fez. Ele e a esposa, em uma Honda 125 meio depenada vieram pela trilha do telégrafo! Para quem pedala por aí, a trilha do telégrafo é um sonho de aventura e, recentemente, meus amigos que pedalam a fizeram. Resumindo são 8 km de lama, picada, barro, água, ou seja, intransitável. Agora imagine de moto! O casal motociclista tiveram de passar uma água na moto para ficar apresentável, mas voltariam para lá antes do final da tarde. Isto sim que é aventura!

O valor da balsa é de R$3,45 e o trecho é bem curto (horários de travessia). Pronto, chegamos em Cananéia. Seguindo pela principal até um trevo, basta pegar à direita e se dirigir para o centro da cidade. Como passava do meio-dia, procuramos um restaurante para almoçar. Em volta da praça e do atracadouro das balsas têm um monte de restaurante, para cada gosto e bolso.

Como não fizemos nenhuma pesquisa, resolvemos ir ao Gaivota, de frente para o braço de mar tentar a sorte! Os preços são baixos e predomina por ali as tais caldeiradas. Preferimos o serviço a la carte, escolhendo pescadas, que estavam ótimas por sinal. Acompanhou batatas e arroz e uma salada mista com palmito e azeitonas! Preço: R$25,00 por pessoa. Do restaurante dava para ver a saída das balsas, que por ser domingo, faziam bate e volta, não tendo um horário fixo. Preço desta balsa: R$6,90, mas a volta é grátis 🙂

Na Ilha Comprida, só estrada de areião, quando há estrada, pelo menos na parte sul, onde estávamos. Onde não há estrada é a própria areia da praia e por ali fomos dar uma volta a beira-mar. Marzão calmo, maré baixa e uma faixa de areia interminável pela frente. Tem bem uns 50 km de praia para chegar até o lado norte. Dali dá para acessar Iguape, mas resolvemos não ir caso contrário ficaria muito tarde para voltar.

Andamos pela praia alguns quilômetros e voltamos para a balsa. Travessia completada, agora voltaríamos pela ponte Gen. Euclides Figueiredo que fica ao norte da ilha. Comparando os tracks agora subimos um bom pedaço em direção ao norte para alcançar a rodovia BR-116. Após Pariquera-Açu seguimos pela SP-226 ao invés da SP-222, de qualquer forma, acredito que foi o caminho mais rápido, já que na rodovia as velocidades podem ser maiores. Agora a nossa busca era por um posto para abastecer e comer algo. Como todos os posts de renome ficam após Jacupiranga, em direção a São Paulo, ou na margem esquerda, de quem vai para Curitiba, não tivemos outra opção a não ser parar em um posto de bandeira branca. A R$2,80 o litro a gasolina deveria ser boa! Quanto ao lanche, esquece! Os empreendedores locais ainda não perceberam que tem espaço para um comércio pequeno de qualidade na beira das estradas. Aqueles postos com pardas de ônibus são tudo menos bom. Fica a dica!

Abastecidos e tomando um refrigerante encontramos uma família de Balneário Camboriú voltando para casa. Eles também têm moto e adivinha o motivo da conversa? Lá também estava um motociclista de Boituva, SP, indo a Porto Alegre. Ele nos esperou e nos acompanhou um bom tempo na estrada, mas deve ter se enchido de andar a 100 – 120 km/h e foi embora! Se algum dia ler, um grande abraço e espero que tenha feito uma boa viagem.

Com o sol se pondo a viagem não podia ser melhor, uma paisagem mais bonita que a outra. E a estrada vazia, muito bom. Quando finalmente escureceu já estávamos na represa do Capivari, bem próximo à Curitiba. Passando a entrada da Estrada da Graciosa o movimento aumentou bastante, exigindo muita calma e atenção. Do Atuba para a frente só engarrafamento!

Às dezenove horas estacionamos a moto na garagem, depois de 500 km rodados e uma viagem muito gostosa. Agradeço ao Paulo pela escolha do roteiro e pela companhia, espero que venham outras aventuras por aí.


Curitiba – Cananéia – SP
Curitiba Cananéia
229 4h30min Sol
71 125 Mapa
Ilha Comprida, SP – Curitiba
Ilha Comprida Curitiba
266 5h Sol
75 125 Mapa
Share

Deixe o seu comentário

7 comentários para este artigo.

  1. Marcelo on 25 July 2012 8:43 am

    Caraca Renato!

    Muito legal o passeio, e como é comprida essa tal ilha comprida,hehehe, quando olhei no mapa que postou vi que para mim que vou de SP até chegar do outro lado da ilha( onde tu passou) é um bom rolê! Chegar até onde tu estava, com a minha pequena 150cc, sem esquema! =(

    Parabéns pelas belissimas fotos! Pretendo ir até lá, mas na outraaaaa ponta da ilha!

    Abraço

  2. Renato on 25 July 2012 11:52 am

    Nada! Viu o sujeito que atravessou a trilha do telégrafo com uma 125 cc?

  3. Marcelo on 25 July 2012 1:15 pm

    Vi sim, mas não dá pra me aventurar tanto com uma titan 150, ainda não sou tão doido varrido assim, hehehe, mas eu quero muito ter uma foto minha acelerando na areia como a do Paulo. Só da próxima tenta tirar do outro lado, com o mar ao fundo, fica mais legal ainda!!!

    Abraço

  4. Rodrigo on 27 July 2012 10:37 am

    então belas viagens, mas a volta é sempre mais rápida né?? heheheh pq será?? heheheh

  5. Paulo Janissek on 27 July 2012 4:15 pm

    Olá Renato,
    Viagem 10, serviu para tirar da inércia moto e piloto, e de “brinde”, fazer novos amigos.
    Parabéns pelo site, vamos ter que marcar outros passeios dignos de registro.
    Abraço

  6. Renato on 27 July 2012 9:51 pm

    Paulo, o prazer foi meu, conhecer mais um amigo motociclista que gosta de rodar. Nada de coxinha com a moto brilhando!

  7. Moto & Foto #03 | MotordoMundo on 31 July 2012 8:41 am

    […] link: http://motoexplorer.com.br/2012/07/24/ilha-comprida-sp/ […]

Deixe um comentário

*