Acordamos cedo para tomar o café da manhã, colocar a tralha na motocicleta e sair antes do calor começar. Como se fôssemos escapar do calor! Esse seria o dia de despedida do Uruguai, nem bem chegamos já estávamos de saída desse lindo país.

A saída foi tranquila. Na noite anterior havia abastecido a moto, calibrado os pneus, tudo estava em ordem. E assim foi, começamos a viagem com a estrada vazia em direção a Rivera/Santana do Livramento. Desta vez pelo interior do Uruguai. Para falar a verdade, não muda muita coisa, pois as planícies continuam, muitas fazendas, asfalto bom e apenas alguns postos da Ancap mais simples pelo caminho. Mas como em todos os outros, sempre um atendimento cordial. Nossas paradas serviam para abastecer a motocicleta, beber um gatorade e comer algo.

Logo que começamos a rumar para o norte, ao passar por San José de Mayo, tivemos uma grata surpresa: em um posto de gasolina, existe um monumento ao motociclista, com as bandeiras dos quatro países. Motociclistas da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai estão ali representados, mostrando a amizade entre os povos e a liberdade de conhecer essa terras da América do Sul. Parada para umas fotos.

E como temíamos, o sol começou a esquentar. Se no dia anterior pensamos que estava quente o dia de hoje iria se mostrar pior ainda. As estradas uruguaias são muito boas, quase que apenas retas, sem ninguém para ultrapassar por quilômetros, agora imagine o calorzão e esse cenário: sono na certa. Eu praticamente conseguia tocar a moto por uns 50 km. Após isto parava em uma sombra, tirava a jaqueta e deitava na grama para secar um pouco o corpo. Tomava água morna, conversava um pouco com a Patrícia, e subia na moto até bater o sono, novamente. Assim foi praticamente o nosso dia. Do centro para o norte do Uruguai os postos de serviço da Ancap têm melhor infra-estrutura, neste caso entrávamos na parte com ar condicionado e ficávamos ater secarmos a roupa, bebendo o que dava de gatorade e água. O mais engraçado é que quase não precisamos ir ao banheiro, tanto era a perda de líquidos por suor.

E assim fomos atravessando o Uruguai com o sol tentando derreter o asfalto com a gente em cima. Mas para o fim da tarde a paisagem começou a mudar. Lá no horizonte começaram a aparecer os cerros, pequenas elevações em forma de mesa que repentinamente quebram a monotonia das planícies. E avisa que a fronteira com o Brasil está próxima.

E logo estávamos avistando as placas da fronteira. Bem, não há uma fronteira. A divisa internacional é uma avenida, de um lado o Uruguai e do outro o Brasil. Parece estranho, ainda mais por que Rivera é uma zona franca, mas as duas cidades vivem bem dessa forma.

Assim que chegamos fomos procurar o flat que havíamos reservado. Um pouco afastado do centro logo o achamos graças ao GPS. Este flat é um empreendimento bastante novo, e por pura sorte o encontramos via internet. Espaçoso, com garagem não coberta e com algumas coisas por terminar, não de todo uma experiência ruim. Deixamos as tralhas ali e fomos procurar a aduana uruguaia para carimbar as tarjetas de entrada e saída do país. E a aduana fica no meio da cidade e não na rodovia, como seria de se esperar.

Parada básica no comércio de Rivera para umas compras, apesar de que não havia espaço para nada no moto, mas olhar não paga nada! Acabou não dando tempo para ver as lojas de esportes (pesca e bicicletas). Na volta para o flat paramos em uma pizzaria, já que a saudade de uma pizza típica era enorme. Mas, para variar, não seria ali que encontraríamos a típica pizza. No final saboreamos uma pizza local, um bocado diferente do nosso padrão, mas deliciosa.

Dali fomos descansar e preparar para o dia seguinte: atravessar o Rio Grande do Sul em uma só tacada.

Leia como foi o nosso sexto dia da viagem ao Uruguai.