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December 9, 2018 - Ushuaia

December 9, 2018 -  ?> | 1comment | Viagem

UshuaiaPrimeiro dia de viagem

Curitiba – Passo Fundo 02/01 -> 543 km

O ponto de encontro foi o posto Petrobras do parque Barigui. Praticamente todos os viageiros saem dali e conosco não seria diferente. Marcado para as 7:30 acabamos saindo apenas as 8:06. Antes de nós partiram três motos para o Atacama. Desejamos boa viagem para todos nós e cada um foi para o seu lado. Nossa meta é o fim do mundo, também conhecido como Ushuaia. Sonho antigo, desde que voltei a andar de moto, agora seria realizado, finalmente.

Seguimos pela PR-151, logo após Palmeira, e nos surpreendemos com as condições do asfalto e a ausência quase total de carros. Valeu a pena, pois a saída por Araucária acaba sendo demorada demais. Logo pegamos a BR-476 em direção a São Mateus dos Sul e União da Vitória, e seguimos para General Carneiro, onde abastecemos e fizemos um rápido lanche.

Até ali não pegamos asfalto molhado ou chuva, mas foi atravessar a divisa que começou os chuviscos e pancadões. O lado bom é que o calor deu uma trégua, mas andar com a roupa de chuva acaba molhando por dentro!

As quinze horas paramos para abastecer, já em Passo Fundo, 543 km rodados e média de 17,5 km/l. Nada mais de destaque em um dia só de deslocamento. Agora jantar e descansar para enfrentar mais uns 500 km até Santana do Livramento.

Ushuaia

Igreja matriz de Passo Fundo.

Segundo dia de viagem

Passo Fundo – Santana do Livramento 03/01 -> 521 km

Ficamos em um hotel muito simples mas aconchegante. Chama-se Germânia Blumen Hotel. Café da manhã muito bom e servido cedo, o que para nós é muito bom, pois tem estrada mais cedo!

No estacionamento coberto haviam duas outras motos: uma Tex branca é uma Drag Star, ambas de Curitiba. Na saída acabamos por nos conhecer. Eram dois casais, já de alguma idade, e iriam descer até onde o tempo permitisse, talvez tenham de voltar antes de alcançar o Ushuaia. Certamente os encontraremos na estrada. Eles resolveram entrar por Uruguaiana e nós por Santana do Livramento.

O dia hoje, ao contrário de ontem, foi embaixo de céu azul, sem nuvens e com calor mediano para esta época do ano. Começou com neblina mas depois abriu. As estradas, em sua maior parte, estão boas. Salvo os malditos tachões, que presumo o governo gaúcho deve ser acionista da fábrica, pois tem nos locais mais inusitados, foi tranquilo. A nota cômica foi um caminhão com uns 15 peões tapando buracos com terra! Serviço nota dez!

Entre Santa Maria e Rosário do Sul uma parada para comer um melão, naquelas bancas de estrada. Não estava muito doce, mas tem muita água e sais minerais. Além do papo com a senhora que tomava conta da banca. Havia ainda melancias e abóboras! Obviamente não cabem na bagagem!

Ushuaia

Melancias no Rio Grande do Sul

Chegamos cedo em Santana do Livramento e após o check-in fomos à aduana que fica no shopping Siñeriz, a poucas quadras do hotel, fazer a entrada e câmbio. Novidade é que agora a aduana brasileira fica junto e você tem de dar a saída do Brasil para fazer a entrada no Uruguai. Não podemos esquecer de dar entrada na volta. Das outras vezes nunca fiz a saída do Brasil! Na verdade este procedimento não é necessário, como descobrimos mais tarde.

Logo mais jantar e preparar para a jornada de amanhã que será mais longa, por volta de 700 km até Chivilcoy, na Argentina.

Terceiro dia de viagem

Santana do Livramento – Chivilcoy 04/01 -> 791 km

Saímos logo após o fraco café da manhã. Entramos no Uruguai e seguimos a rota do gps até Taquarembó onde pegamos a RN-26. É sempre bom passar pelo paisito, gosto muito desta região, mas não sabia o que nos esperava a frente.

Começou que meu companheiro de viagem disse que havia passado por ali dois anos atrás e a estrada estava ruim. Bem, dois anos depois tal seria que ainda não havia sido arrumada! E não foi ou foi e estragou de novo, sei lá! O fato é que alternavam pedaços ruim, sem asfalto, com asfalto normal, e partes extensas sem asfalto.

Em uma dessas partes ruins o colega falou que o pneu furou! Como assim pneu furou? O pneu sem câmara da Tiger XC dele não iria baixar rapidamente, pensei. Não só baixou, como não conseguimos consertar com os macarrões. Porque? O pneu já estava gasto, seria trocado no momento apropriado, mas o fato é que os pneus 100% on road ficam com o centro da banda bem fino e uma pedra acabou por rasgar uns 10 mm.

Ushuaia

Hora de aprender a trocar pneu.

Por sorte um pneu reserva estava sendo levado junto. Aí não restou outra solução do que trocar o pneu na estrada. Assim fizemos e perdemos umas duas horas, já que experiência em trocar pneu nenhum dos dois tinha. Foi legal a experiência, agora já me sinto preparado para trocar o pneu tranquilamente, desde que não esqueça de carregar as espátulas e a chave para a válvula da câmara! Ah, e aqueles compressores xing-ling funcionam!

Ushuaia

Uma lembrança.

Ushuaia

Pneu consertado, hora de partir.

Bem, se acharam que tudo estava resolvido, ainda teve pane seca, pois neste trecho de Taquarembó à fronteira, não tem posto de combustível! Como a minha Tex é ligeiramente mais econômica, segui até o posto buscar gasolina, depois de rebocar o amigo até uma sombra. Ao abastecer entraram 19,5 litros de um tanque só entra 20 litros! Escapei por pouco! Voltei para levar a gasolina e logo após atravessamos à fronteira Paysandu/Cólon. A travessia do Uruguai que era para ser rápida acabou demorando um tempão. Se somarmos as duas horas do pneu e mais uns 45 minutos da pane seca, este foi o tempo perdido durante o dia.

Ushuaia

Fronteira Uruguai – Argentina (Paisandu – Colon)

Na Argentina descemos pela ruta 14, que é uma autopista, em velocidade de cruzeiro, ou seja, mais rápido do que os argentinos para não sermos atropelados!

E assim foi até Chivilcoy, passando por umas quebradas que o gps escolheu. Na verdade, era o melhor caminho, mas é como qualquer região metropolitana, quando os municípios ficam colados uns aos outros, não há planejamento que de jeito.

Quarto dia de viagem

Chivilcoy – Plottier 05/01 1020 km

Na hora de escolher hotéis pelo Booking é melhor ter mais cuidado. As fotos são lindas, photoshopadas, as instalações são novas, até você conhecer pessoalmente o local. Aí já é tarde! Foi o que aconteceu neste dia. Como sempre pode piorar, o funcionário ofereceu um apartamento no térreo com cozinha, mais espaçoso, porém com um péssimo cheiro e banheiro estilo wild Argentina: chuveiro sem box e com um rodo no canto para você enxugar após molhar tudo! O primeiro quarto pelo menos tinha uma cortina no box!

Pedimos uma referência para jantar e desta vez tivemos melhor sorte. O restaurante, novo, era bem decorado e os pratos estavam deliciosos. Além da cerveja litrão que acabou virando nossa fonte de hidratação e carboidratos na terra da carne!

Na ida para o hotel chamou a atenção a noite com temperatura agradável e céu estrelado. Ao acordarmos, caía o maior aguaceiro. Como não há opção neste tipo de viagem, embora tomar o péssimo café da manhã, carregar as motos e vestir as capas de chuva.

A chuva nos acompanhou por uns 200 km, quase até o primeiro abastecimento do dia. E dali em frente seria apenas sol e céu azul para os próximos dias.

Posto na Argentina

Nos abastecimentos a outra característica da Argentina: fila nos postos! É raro ver um posto vazio, ou melhor, se estiver vazio, já sabe No tiene nafta! Este posto até tinha uma bomba dedicada as motos, mas havia muitos carros na nossa frente e só poderíamos abastecer naquela bomba. Vá entender.

Nesta parada da foto acima, em Santa Rosa, encontramos os casais de Curitiba que estavam no hotel em Passo Fundo. Conversamos um pouco, pois eles já estavam de saída, mas agora na direção de Bahia Blanca. A gente seguiria para Neuquén.

A nossa rota do dia era a descida na diagonal de Buenos Aires até encontrar Bariloche. Geograficamente saímos da região fortemente agrícola e começamos a entrar no deserto, onde não há mais culturas, apenas a pecuária em pastagens naturais, quando muito. De qualquer forma é uma paisagem bonita com grandes vales a perder de vista.

De General Acha até Veinticinco de Mayo é só pedra e areia. Pensamos não haver posto, mas existe pelo menos um. Havíamos enchidos os galões, então estávamos tranquilos para este trecho. Em Veinticinco de Mayo tem o famoso entroncamento com o hotel Cruce Del Desierto e posto de gasolina.

Cruce del Desierto

Cruce del Desierto.

Abastecemos, comemos algo e passamos mensagens para casa! Ainda tinha muito chão até Plottier, que fica depois de Neuquén.

Agora a direção era sul e logo se veem os cavalos mecânicos extraindo o petróleo. São vários a margem da estrada. Acredito que com exceção da região mais próxima da cordilheira, os poços de petróleo são uma constante daqui para baixo.

Já próximos de Neuquén, o vale do Rio Negro forma um belo oásis na região, com plantação principalmente de frutas. Seguimos a estrada margeando o rio até cruzarmos Neuquén com a noite já caindo. Como tinha colocado o endereço do apart-hotel no GPS, foi só seguir as indicações.

Aqui o primeiro local que poderíamos chamar de hotel. Um bom quarto com cozinha e banheiro, bem novos e, principalmente, espaçosos. Os proprietários moram nos fundos e alugam dois apartamentos por dia. Recomendo a quem vai passar por ali, pois fomos muito bem atendidos. Chama El Paso, fica em Plottier, na rua Bachman, 248. Telefone +54 9 299 627-8089, falar com Natalia Herrero.

Quando pedimos um indicação para o jantar, outra grande surpresa: Lotito’s. Um restaurante bem local com excelente cerveja artesanal e pratos para quem, literalmente, atravessou o deserto! Enfim, um dia que acabou sendo longo, foi recompensado com um bom quarto e excelente comida.

Lotitos, Plotter, AR

Excelente restaurante em Plottier.

Quinto dia de viagem

Plottier – San Carlos de Bariloche 06/01 460 km

Acordamos super bem depois do jantar do dia anterior e apesar das cervejas! O café da manhã é que foi fraquinho, pois deveríamos ter comprado algo para comer, já que ali não é bem um hotel, mas tudo bem, o local, por si só, já valeu a pena.

Ao começar a carregar a bagagem para as motos, a XC do colega apresentou um vazamento de óleo suspeito. Era um óleo limpo, sem qualquer vestígio da cor tradicional do óleo do cárter, mas mesmo assim ficamos preocupados. Uma breve olhada no visor do cárter mostrou o óleo no meio das medidas de máximo e mínimo. Resolvemos procurar uma oficina para verificar o que poderia ser. Na minha, que não é XC, o óleo fica acima da marca do máximo.

Encontramos uma loja onde vendia óleo e eles tinham uma oficina na quadra de trás onde poderíamos trocar o óleo e verificar o que estava acontecendo. Compramos o óleo iPone, francês e sintético, já que ele havia levado o filtro e a arruela do bujão.

Colocada a moto no cavalete e aberto o bujão, desceram os mesmos quatro litros que deveriam estar no cárter da Explorer. Não havia sinal algum de vazamento de óleo e ao retirar o filtro, o assento da vedação também estava intacto. Enfim, procuramos por onde poderia ter vazado óleo, mas não encontramos nenhum lugar.

Oléo Ipone

Ipone não é apple!

Trocado o filtro e o óleo, seguimos a viagem, já com algum atraso, mas por sorte este dia o trecho seria curto, uma vez que o destino era San Carlos de Bariloche.

Aqui já começamos a experimentar uma transição na geografia, com o aparecimento de mais morros, mas ainda com a vegetação típica. A diferença, como sempre, são os vales dos rios, onde sempre há um oásis. A estrada vai margeando o rio Limay, divisa entre os estados de Rio Negro e Neuquén, e depois a cereja do bolo, os embalses ou afluências de alguns outros rios, formando canais maiores ou até mesmo lagos, a margem da estrada. O problema aqui é não perder as curvas, já que a paisagem é estonteante.

No caminho para Bariloche

No caminho para Bariloche.

Começa a subida, já com o aparecimento das árvores, típicas da região da Patagônia e presentes até na ilha da Terra do Fogo. É uma mudança bem agradável para nós que estamos acostumados com florestas! E em dado momento, ao fazer uma curva aparece o lago Nahuel Huapi, nascente do rio Limay, aquele que vai até Neuquén.

Rio Limay

Rio Limay

Assim se revela Bariloche, uma cidade a beira do lago e cercada de montanhas ainda com neve em seus picos. Apesar da fama de cidade turística e cara, principalmente no inverno, no verão a cidade vira uma meca para os amantes de trekking, Mountain Bike e escalada.

Ao andar pela cidade notamos a grande quantidade de jovens, em bandos alegres, passando as férias de verão. A maior parte de adolescentes, todos com suas mochilas cargueiras e sacos de dormir. Na verdade, descobrimos depois que a meca do trekking é El Chalten, mas creio que Bariloche rivalize muito bem, dado a quantidade de caminhantes que encontramos pelo caminho.

Buscamos o hotel, bem no centro, na avenida Mitre, esquina com uma daquelas ruas que despencam lá de cima! Hotel meia-boca, bonito por fora, mas já com idade avançada no interior. Encontramos um operador de turismo que deu boas dicas, mas não estávamos a fim de ficar mais tempo em Bariloche, já que a meta era descer até Ushuaia. Fica para uma próxima vez, já que é a região dos lagos, como é conhecida. Tem muita coisa para ver e explorar.

Andamos pelo comércio, ali mesmo na avenida Mitre, e decidimos aproveitar e ir conhecer o Cerro Catedral, local onde estão os elevadores para os esquiadores. A estrada é bem legal, e logo estávamos lá em cima. No horário que chegamos já estavam fechados os passeios e só pudemos ver as instalações. Encontramos um argentino que deu mais dicas de locais para conhecer e contou como aquilo ficava no inverno.

Bariloche

San Carlos de Bariloche

Bariloche

Estação de esqui em Bariloche

Como o jantar é mais tarde no país vizinho, voltamos para a avenida para procurar alguma lembrancinha para levar, mas as achamos caras e sem muita criatividade. Os adesivos da ruta 40 muito mal feitos e por aí vai. Logo voltamos para o hotel e descemos para jantar quase em frente ao hotel, em um restaurante pequeno mas com um garçom meio de mal com a vida!

Bariloche

Vista da cidade.

Tótem

Tótem de madeira em frente ao lago Nahuel Huapi

Sexto dia de viagem

Bariloche – Sarmiento 07/01 787 km

No dia de hoje tivemos a oportunidade de rodar em uma parte muito bonita de ruta 40. Evidente que os viajantes dirão que existem outras, não duvido, mas a saída de Bariloche para o sul é algo sensacional. Mesmo com um dia nublado, será inesquecível. A ruta serpenteia por entre as montanhas, com cachoeiras, rios, árvores e um trânsito tranquilo. No caminho muitos caminhantes e carros procurando por locais para picnic. E lagos: Gutierrez, Mascardi, Guillelmo. Alguns escondidos pela montanha, só víamos as placas de acesso. Deve ser legal perder alguns dias explorando este lugar.

Dado a exuberância cênica, nenhuma foto foi tirada! A medida que fomos descendo a ruta 40, em El Bólson, erramos o caminho e fomos para a beira do lago Puelo que faz a fronteira com o Chile. Outro lugar a ser explorado, estava cheio de gente se preparando para passar o domingo.

Ruta 40 e os Andes.

Ruta 40 e os Andes.

Seguindo a viagem, a ruta 40 vai se afastando lentamente da cordilheira e entra em um planalto, de onde se pode enxergar a cordilheira com seus cumes nevados. Paramos para tirar algumas fotos, voltamos para estrada e logo chegamos a Esquel, onde entramos para abastecer.

Esquel

Abastecimento em Esquel.

Seguimos pela ruta 40 e entramos em direção a Comodoro Rivadávia, parando em Sarmiento. Não me lembro exatamente, mas acho que foi a falta de um lugar para dormir, mais para baixo, na ruta 40, que nos fez escolher Sarmiento, mesmo fora de mão. E não foi perdido, por que neste cidade tem uma atração bastante peculiar que é o Bosque Petrificado. Fica a uns 28 km da cidade, onde deixamos as bagagens em bom hotel. A maior parte do caminho é em rípio, mas sem maiores problemas. Na verdade foi o meu batizado neste tipo de pavimento. É um parque provincial, com uma estrutura razoável com banheiros e um centro de interpretação paleontológico e geológico.

O lago antes de chegar em Sarmiento, chama-se Lago Musters. Tivemos alguma dificuldade em parar as motos tal era o vento aquela hora!

Lago Musters

Lago Musters.

As árvores que estão petrificadas tem aproximadamente 65 milhões de anos! Há placas ilustrativas das formações e da geologia do local. É uma área bem extensa que se faz caminhando por uma passarela demarcada.

O companheiro Balcewicz para fins de comparação de altura.

Bosque petrificado

Bosque petrificado em Sarmiento

bosque petrificado em Sarmiento

Bosque petrificado em Sarmiento.

bosque petrificado em Sarmiento

Bosque petrificado em Sarmiento

Apesar de fora da rota, um bom local para parar e conhecer. O hotel é era muito bom, mas houve overbooking, logo resolvido pelo proprietário (Hotel Boutique El Molle). Após voltar do bosque petrificado, fomos tomar uma banho e jantamos em um pequeno restaurante, La Tranquera, que apesar do nome era bom. A filha do dono faz pós-graduação no Rio de Janeiro e conversamos um bocado a respeito de nossos países.

Hotel El Molle, em Sarmiento.

Hotel El Molle, em Sarmiento.

Sétimo dia de viagem

Sarmiento – El Calafate 08/01 -> 942 km

Tomado o café, no legítimo estilo argentino: media lunas, café fraco e doce de leite, tentamos sair da cidade. Digo tentamos porque logo na saída, em uma ponte, havia um piquete de grevistas que estavam protestando contra o desemprego em uma obra local. O Balcewicz com suas habilidades sindicais tentou conversar com os grevistas, mas não teve jeito. De tempos em tempos deixavam passar alguns carros. E assim, ficamos bem uns 45 minutos parados, no vento frio daquela manhã nublada, esperando calmamente por nossa vez de sair dali. Lembrando que teríamos de voltar uns 70 km até a ruta 40 novamente.

Paramos em Perito Moreno, a cidade, para abastecer e comer algo, pois já era próximo do meio-dia. Abastecidos, as motos e os pilotos, seguimos em frente, já com céu azul. Esta parte é muito deserta, quase não cruzamos com veículos na estrada.

Rua 40

Ruta 40 e sua solidão.

Nova parada em Bajo Caracoles, para garantir que chegaríamos a Gobiernador Gregores. Para quem não sabe, aqui fica aquele infame posto, no meio do nada, onde o proprietário cobra quanto quer. A lanchonete, que fica no hotel, não me deixou com vontade comer, tomei só um refrigerante, uma vez que vem tampado! Mas o hotel estava cheio de gringos. Parece-me que o local tem muita coisa para ver. Ali perto fica a Cueva de Las Manos, por exemplo.

Posto em Bajo Caracoles.

Posto em Bajo Caracoles.

Posto devidamente marcado com o adesivo.

Agora no rumo para Gobiernador Gregores próximo local de abastecimento. Logo ao sair de uma curva vimos uma moto parada no acostamento e paramos para perguntar se precisavam de alguma ajuda. Na realidade eles estavam de saída, após terem parado para fazer um descanso. Começamos a conversar e logo vimos pela placa do moto que eram da República Checa. O Balcewicz ao perguntar o nome do piloto descobriu que era um tcheco famoso: Vaclav Havel. Homônimo do escritor e presidente da Checoslovaquia e da República Checa. Ele tem um site (http://www.motoway.cz) onde conta sobre as viagens, mas está em checo. Vale a pena usar o google tradutor e ler as aventuras do casal. Até saímos na relato dele sobre esta parte da Argentina.

Casal checo.

Um casal checo!

Logo chegamos a cidade e abastecemos. Comemos alguma coisa, tomamos refrigerante e enchemos o camelbak com água gelada. O casal de checos logo chegou para abastecer, trocamos algumas palavras e fomos em frente. Na saída da cidade nos perdemos e pegamos um trecho de rípio em subida, mas isto economizou uns quilômetros! Hoje vendo o mapa, vi que a ruta 40 passa por dentro de Gobiernador Gregores, mas não vi as placas com a direção correta.

A partir de alguns quilômetros, logo depois de passar a laguna Cardiel, começa o famoso trecho de rípio, de uns 72 km. Assim como o asfalto acaba, do nada, ele volta. No meio um trecho bem selvagem da Patagônia, como devia ser outrora. Esta parte foi tão tensa, que não tirei nenhuma foto! Como é de fato: a pista é bem larga, em alguns lugares existem o trilhos deixado por carros e caminhões, mas tem também aquela locais onde só tem pedras. Não as britas que estamos acostumados por aqui, são pedras redondas (seixos rolados) que não se prendem ao solo. Nestes trechos eu apanhei um bocado. Para ajudar o vento forte que em algumas ocasiões nos fazia atravessar toda a pista e parar no último trilho da esquerda. A tensão é tanta que começa a doer os ombros e mãos. Além de não acabar nunca! Não lembro em quanto tempo tempo fizemos o trecho, mas foi demorado, talvez uma hora e meia.

Mas como tudo que é ruim sempre acaba, logo, do nada, o asfalto começa! Ah, que alegria. Depois de quase cair, por duas vezes, e ver o Balcewicz dar uma sambada que achei que acabaria no chão, colocar a moto para rodar nos 120 km/h foi bom demais!

Nova abastecida em Tres Lagos, para finalmente chegar em El Calafate. Ali enquanto abastecia conversei com um estudante brasileiro que estava mochilando já fazia uma duas semanas. Este cara eu acabaria encontrando ainda no Glaciar e dias depois em San Sebastian, na Aduana quando saímos ele chegava.

Território marcado em Tres Lagos.

Adesivo em três lagos

Posto em Três Lagos.

Agora já mais perto de El Calafate, passamos pelo lago Viedma e depois o lago Argentino que banha El Calafate. No final da tarde ainda escapamos de uma pancada de chuva, mas pegamos o asfalto molhado e presenciamos um arco-íris sobre o desfiladeiro.

Arco-íris duplo!

Arco-íris duplo!

Finalmente chegamos a El Calafate. Quase escurecendo, logo procuramos o B&B South para o check in, um banho e sair a procura de um restaurante. Fomos jantar no Mi Rancho, com cozinha patagônica e argentina. Apesar de um pouco caro, nos fartamos, por que depois dos 942 km do dia merecíamos um regalo!

Oitavo dia

El Calafate – Puerto Natales 09/01/2018 -> 509 km

Depois de uma noite bem dormida, ainda estávamos em dúvida sobre o que fazer. Para fazer a caminhada sobre o gelo, deveríamos ter agendando antes. Decidimos por eu ir até o Glaciar e o Balcewicz ficar na cidade vendo algumas coisas suas. Nos encontraríamos no posto de gasolina da entrada da cidade.

El Calafate

Vista de El Calafate

Assim, segui solo até o Parque Nacional Los Glaciares. Na entrada é necessário comprar ingresso, 600 pesos. Aqui os atendentes pediram por adesivos da viagem e acabei deixando um monte com eles. Acho que vários viajantes fazem o mesmo, então fica a dica, reserve alguns para deixar na portaria do parque!

A partir do momento em que você entra na estrada que vai levar ao glaciar, a expectativa aumenta. Em qual curva verei a geleira? Demora um pouco, a estrada vai serpenteando em meio a borda da montanha, mas o trânsito aquela hora estava calmo. De vez e quando você tem de ultrapassar um ônibus na estreita estrada, mas sem estresse.

Se na vinda, a partir de El Calafate, a estrada beira o lago Argentino, ou seja, ele fica a tua direita, no parque o lago fica a esquerda. O lago é o mesmo, porém fica incomunicável, às vezes, por causa da geleira. Logo, avista-se o glaciar. Infelizmente não parei ali para tirar uma foto com a moto. Não sei se foi emoção, enfim, a vontade era chegar logo a área de visitação.

Estacionada a moto, vejo mais umas cinco do Brasil, de Rondônia! E eu me achando longe de casa. Depois encontrei com eles e me contaram que uma das motos, a XT-660, estava com problemas, e teriam de ficar na cidade para consertar.

Comecei a caminhar, seguindo as indicações e logo chega-se a beira do lago com aquela visão de tirar o fôlego: a grande baía formada pelo relevo, os pedaços de gelo na água e a montanhas com neve no topo!

Glaciar Perito Moreno.

Glaciar Perito Moreno.

A caminhada continua. O passeio é todo feito em grade metálica, bem seguro e a prova de intempéries. Mas se prepare, o caminho é longo e a gente sequer se sente cansado. Cada dobra, cada subidinha, uma vista nova do paredão de gelo. E fotos, muita fotos! Posso dizer que, até agora, este foi o lugar mais belo que já estive. É deslumbrante!

Glaciar Perito Moreno.

Glaciar Perito Moreno.

Vou postar algumas fotos para tentar mostrar a beleza! Apesar do dia estar nublado, mesmo assim impressiona a cor do gelo, de um azul intenso.

Glaciar Perito Moreno.

Glaciar Perito Moreno.

Glaciar Perito Moreno.

Glaciar Perito Moreno.

Glaciar Perito Moreno.

Glaciar Perito Moreno.

Finalmente cheguei ao final das passarelas. A subida é forte até a parte de cima onde tem um mirante e um centro de compras com artesanatos, cafés e lanches. A partir daqui a volta é com ônibus, pois a distância é significativa. No ponto de ônibus, quem eu encontro? Aquele estudante brasileiro! Conversamos um pouco, durante o trajeto, e ele contou-me que tentaria chegar ao Ushuaia, sempre na base da carona.

Carcará

Um guardador de carros nervoso!

No estacionamento encontro o Balcewicz me esperando. Ele fez o que tinha de fazer e resolveu ir até o Glaciar. Mas não deu a volta toda, como eu fiz. Arrumamos as tralhas e dali mesmo partimos em direção a Punta Arenas, Chile. Isto era por volta do meio-dia. Ao passar por El Calafate, paramos para abastecer as motos, afinal, rodamos uns 140 km, só para ir ao glaciar. E já comemos alguma coisa, aproveitando a parada.

Seguimos descendo a ruta 40 em direção a La Esperanza. Aqui uma observação, pelo Google Maps, esta cidade não existe, uma vez que para ele a ruta 40 segue quase em linha reta descendo, mas ali é agora a RP 07, que é um acesso de rípio para a Estância Tapi Aike, onde tem um posto de gasolina. Segundo foi comentado, a estrada está muito mal conservada e bem poucos se aventuram por ali.

Descendo a ruta 40 encontramos ainda aqueles desníveis tão típicos da região, as mesetas. Saindo do vale sobe-se até quase 1.000 metros de onde possível ver todo o vale, e aí são pelo menos uns 100 km.

Meseta

Mesetas. Do alto dá para ver o Lago Argentino ao fundo.

Em La Esperanza encontramos um casal de Tiger 800, de Chapecó, SC. Eles também estavam descendo para Ushuaia, mas num ritmo mais tranquilo, pois teriam um mês para completar a viagem. Contaram-nos que haviam caído no trecho de rípio e a garupa sofreu uma pequena entorse, e tiveram de chamar uma ambulância que a levou para El Calafate. Na moto nenhum problemas mais sério, ficaram alguns dias de molho e logo seguiram viagem. Ainda nos encontraríamos no transbordador e depois no Ushuaia!

Placa Patagonia

Placa das regiões argentinas

Em Tapi Aike paramos no posto de gasolina, mas não abastecemos pois havíamos completado o tanque em La Esperanza. E a entrada para o Chile já estava bem perto, uns 40 km. Seguimos até a entrada para a aduana da Argentina, onde chegamos tranquilos. Da Rodovia até ali tem um rípio bem tranquilo. Ali é o passo rio Don Guillermo. Trâmites rápidos, pois estava vazio, e logo estávamos entrando no Chile, em direção ao trevo que vai para Torres del Paine.

Chile

Bem vindos ao Chile

Até estávamos pensando em visitar, mas na aduana Chilena avisaram-nos que fecharia as cinco e faltava pouco para este horário. Outro local que ficará para uma próxima viagem. Na aduana Chilena, em bem melhores condições que a Argentina, demos entrada e fomos mostrar os baús, uma vez que trazê-los para o raio X seria o fim da picada! Os policiais estavam mais interessados nas motos e ficamos um bom tempo lá conversando com eles, antes de seguir para o El Ovejero comprar mais lembrancinhas. Caras por sinal, mas muito bem feitas.

Chile, Explorer

Em território chileno, pela segunda vez!

Dali seguimos para Puerto Natales, 60 km em frente, onde dormiríamos para fazer a perna final até o fim do mundo. Logo encontramos o hotel, deixamos as bagagens, e fomos em busca de um restaurante para jantar. Fomos ao La Picada de Carlitos, um restaurante frequentado pelos locais e muito bom. Grande variedade de pratos e o indefectível cordeiro patogônico também presente. No antepasto foi servido um molho de pimentas excepcional, até agora dá água na boca!

Fachada do hotel em que nos hospedamos em Puerto Natales.

Hotel em Punta Arenas.

Hotel em Punta Arenas.

Saciada a fome, agora é dormir e se preparar para a grande chegada.

Nono dia de viagem

Puerto Natales, CH – Ushuaia, AR 10/01 -> 786 km

Hoje é o grande dia! Chegada em Ushuaia. Saímos cedo, paramos em um posto para abastecer e podendo ter pago com cartão, optei por pagar com dinheiro. Lá na frente esse dinheiro iria fazer falta! Seguimos em direção a Punta Arenas, para pegar a ruta 255, em direção a Ilha Grande de Tierra del Fuego. Logo que dobra a esquerda é possível ver uma instalação de refinaria, ou algo parecido, onde tem um posto de gasolina que só aceita en efectivo! Ali não pude abastecer, o Balcewicz encheu o tanque com o dinheiro que tinha.

Esta rodovia vai beirando o estreito de Magalhães, zone de conflito com a Argentina décadas atrás. Ainda hoje tem alguns locais com marcação de zona com minas terrestres! Logo chegamos ao estreito e ficamos a espera do transbordador que faz a travessia do canal. Cheio de motociclistas, encontramos gente de Porto Alegre (uma Gold Wing!) e o casal de Chapecó na Tiger 800. Além de outros, que não me recordo.

Estreito de Magalhães

Fila de motos no cais do transbordador.

A travessia, para mim, teve um quê de alegria, pois desde que estudei geografia, sobre o estreito de Magalhães, nunca me vi a suas margens e o atravessando. Foi muito legal.

Atravessado o estreito, paramos na próxima cidade para abastecer, Cerro Sombrero. Isto por que no transbordador eu acabei passando a gasolina do bidon para o tanque da moto. Foram 358 km, no final dava pata ter ido direto, mas já viu, não é? Neste posto uma curiosidade, o frentista, de tempos em tempos, faz um intervalo, e chegamos justo na hora do intervalo do almoço. Ficamos um tempão esperando até o sujeito aparecer. Também estavam esperando pelo frentista dois motociclistas do Chile, indo para o norte, e uma casal de norte americanos, como dois filhos, em uma pick-up indo para o Ushuaia. Conversamos um pouco, abastecemos e seguimos viagem.

Próxima parada é a aduana de San Sebastian. Nesta região as obras de pavimentação estão bem adiantadas e pilotamos um bom tempo ao lado da rodovia quase pronta. Depois dividimos a estrada com as máquinas que estavam nivelando e continuando as obras, até quase a aduana.

Patagonia chilena

Aos poucos o rípio chileno vai se transformando em concreto.

Na aduana encontramos o Luciano e esposa, de volta do Ushuaia, batemos um papo rápido e seguimos os trâmites. Aqui é um pouco demorado, pois a quantidade de ônibus é grande, mas no final conseguimos passar. Logo que entramos na Argentina, só rípio e nem sinal de obras. Mas o rípio é bom, bem compactado, o que permite andar em velocidades altas. Um pouco para frente da aduana tem um posto que fica no lado esquerdo da estrada, um lugar estratégico para quem precisar abastecer.

Seguimos até Rio Grande onde almoçaríamos e abasteceríamos as motos para a última perna. Chegando em Rio Grande encontramos um grande grupo de Triumphs, como apoio e tudo o mais. Era um motoclube, todos com colete e etc. Paramos no mesmo posto, mas os intrépidos motociclistas nem nos dirigiram a palavra! A cidade é legal, a beira-mar, mas com muito vento e fria. E tinha gente na praia, acredite, mas não dentro d’água! Abastecidos, seguimos em frente, rumo ao sul. Duzentos e catorze quilômetros nos separavam do nosso destino.

Daqui em frente a paisagem muda, começa a aparecer mais árvores, pequenas por sinal, mas verde é muito bem vindo quando você passa dias a ver apenas as cores das areias e vegetação seca. E a adrenalina vai aumentando. O clima ficou bem nublado, pegamos uma chuva fraca na região do lago Fagnano, Tolhuin, mas nem paramos para por capa de chuva. Ultrapassado o lago o próximo ponto é o passo Garibaldi, que transpõem uma serra e leva até Ushuaia. Lá no passo um parada para fotografar o lago Escondido, uma pequena laguna incrustada nas montanhas.

Ushuaia

Passo Garibaldi, Ushuaia, Laguna Escondida.

Passo Garibaldi, Ushuaia

Laguna Escondida

A descida do passo Garibaldi também é de tirar o chapéu, já era passado das 20:00 horas mas quase não escurece nesta região, então pudemos ver bem a paisagem. Aí está um lugar que merece uma exploração mais detalhada. Ali perto tem o Centro Invernal Las Cotorras e outros locais para almoçar e explorar.

Ushuaia

O famoso portal de Ushuaia.

Logo, pelo GPS, pudemos ver que estávamos quase chegando a famosa cidade mais austral do mundo. Que alegria! Paramos no portal para as fotos de praxe e finalmente fomos em busca do hotel que havíamos reservado pelo Booking (Las Retamas B&B). Terminamos a viagem as nove da noite, horário local.

Deixamos as coisas no quarto, tomamos um banho e fomos atrás de um restaurante decente para jantar. O pessoal do hotel recomendou o María Lola Restó. Estava lotado e acabamos comendo no balcão. Comida sensacional, cerveja idem e preço igual, mas já que chegamos até aqui, qual o problema em gastar um pouco a mais?

Ushuaia

Ushuaia a noite!

Ushuaia

Ushuaia, vista do restaurante Maria Lola.

Satisfeitos com o jantar fomos dar uma volta pela cidade, na sua rua principal, vendo os restaurantes e lojas, e até o Hard Rock Café, onde entramos para beber uma cerveja barata!

Passado das onze da noite o céu mostrava aquela claridade que vemos um pouco antes do amanhecer, ou seja, não fica bem escuro nesta região durante o verão. Esta é outra boa sensação deste fim de mundo. E tivemos sorte, pois a temperatura estava bem agradável, como veríamos no dia seguinte.

Décimo dia de viagem

Ushuaia, AR 11/01 -> 45 km

Dia de descanso. Logo após o ótimo café da manhã preparado pelos proprietários da pousada fomos até o final da Ruta 03, na bahia Lapataia, que fica no Parque Nacional Tierra del Fuego. Para entrar paga-se uma entrada de 350,00 pesos apenas e você tem acesso a todas as atrações do parque. Boa parte delas são caminhadas por trilhas que levam a algum lago. Mas como só queríamos a foto na famosa placa, rumamos direto para lá. A estrada estava bem seca e por causa disso ficamos cobertos de pó!

Ushuaia

Bahia Lapataia, início/fim da ruta 03.

Foto tirada em meio a uma multidão de turistas ensandecidos, voltamos a cidade para comprar o passeio pelo Canal de Beagle, almoçar e comprar as lembranças para levar para casa.

Ali no porto, bem do lado de onde se compra a passagem para o passeio pelo canal, está outra famosa placa: a da cidade de Ushuaia, parada para outra foto!

Ushuaia

Placa mais famosa do mundo!

Comprei o ticket e fomos em busca de algum lugar para almoçar. Achamos um local meia-boca e ali fizemos uma refeição. Dali mesmo já fui para o cais para o passeio enquanto o Balcewicz voltou para a pousada. Marcamos de nos encontrar lá pelas cinco da tarde, quando acabaria o passeio de barco.

Embarquei no catamarã e logo o passeio começou. Haviam alguns outros motociclistas de Curitiba, para variar, que haviam chagado ao Ushuaia de Ducati! O passeio é bem tranqüilo, o mar estava calmo, mas de vez em quando o vento soprava forte. O roteiro é tradicional: ilha dos pássaros, ilhas dos leões marinhos, uma ilhota em que é possível desembarcar, o farol e a volta para o cais.

Ao largo do canal se consegue avistar a cidade, o aeroporto e as montanhas ao fundo, como o topo coberto de neve. A visão é sensacional.

Ushuaia

Ushuaia, a cidade mais austral do mundo.

De volta do passeio, que foi muito bom e indico para quem estiver por lá, peguei uma carona com o Balcewicz até a pousada. Arrumamos um pouco das coisas, já que partiríamos logo cedo e saímos para uma uma última volta pela cidade.

Fizemos a avenida principal, entrando em cada loja que vende souvenir, vimos os restaurantes em que poderíamos jantar, encontramos brasileiros com os quais conversamos, e assim passamos o final da tarde, começo da noite. E como a noite demora pra chegar, fica-se com aquela estranha sensação de cansaço, mas caramba, o dia ainda não acabou!

Ao escolhermos o restaurante, que segundo o Balcewicz, tinha de ter wi-fi, caímos em um meia-boca, bem o oposto do dia da chegada, mas, para quem está viajando, saiu na chuva é para se molhar! Para terminar a noite, uma passada em uma sorveteria para a sobremesa, postre, como dizem os locais.

Assim termina o dia em Ushuaia e amanhã começamos a volta, desta vez pela Ruta 03, beirando o Atlântico e praticamente subindo em linha reta para o Brasil.

Total percorrido: 6293 km em 10 dias!

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Um comentário para este artigo.

  1. Moto Explorer :: Viagem Ushuaia volta - Moto Explorer on 12 December 2018 5:05 pm

    […] de onze dias em viagem, contados no relato anterior (Ushuaia – ida), agora é hora de começar a volta e, claro, muito mais rápida que a vinda! Saímos logo cedo, […]

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