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Mais um roteiro especial para quem curte o mototurismo: Serra do Corvo Branco em Urubici, na serra Catarinense. E vou adiantando: o lugar é simplesmente sensacional. Se, por um lado, os 33 quilômetros de estrada de chão assustam, por outro lado vale muito a pena. Após começar a subir a serra do Corvo Branco fica difícil se concentrar na estrada.
A viagem começou por um convite no Portal Big Trails e depois de alguns dias tínhamos os participantes: Bala, Baddan, José Almir, Serjão e eu, além das respectivas esposas. No total três DL-650, uma DL-1000 e uma BMW 650. Uma boa comitiva para a aventura que estava por vir.
E logo chegou o sábado, dia 02, quando nos reunimos, com um pouco de atraso, no posto Casil, em São José dos Pinhais. Em Itajaí o José Almir estaria nos esperando. Apresentações feitas, pegamos a estrada com previsão de parada apenas em Itajaí, onde havíamos marcado o encontro às 10:45. O que espantosamente cumprimos à risca. Lá no posto de combustível ao lado do Hotal 10 o José Almir já nos aguardava. Outro companheiro que tinha se interessado em ir apareceu por lá para nos conhecer e exlicar que, como a moto do seu pai estava com um problema, eles não iriam conosco. Depois de um lanche pegamos novamente a estrada, em direção a tão famosa serra do Corvo Branco.
A está altura do dia, com o sol alto, o calor já dava as caras e o cansaço idem! Fomos em um ritmo tranquilo até uma parada estratégica na parada Engenho, já em Paulo Lopes, um pouco a frente de Garopaba. Para quem não sabe é a tal lanchonete que mantém um touro acionando um velho engenho para a moagem de cana de açúcar. Algo inusitado para o turistas mas um pouco non-sense para o animal colocado em um cercado com paredes de vidro.
Nesta parada alguém comentou que a pousada tinha piscina e o povo ficou ouriçado para tomar um banho. O problema é que não trouxeram roupas de banho. Isto gerou mais uma parada, em uma venda de toalhas, roupas e outras bugigangas (Malhas Ferju), ali bem no trevo para Imbituba. Enquanto as mulheres visitavam a loja, atrás de roupas de banho, fui abastecer a moto em um posto ao lado e quando volto vejo uma turma de turistas argentinos querendo tirar foto em cima da moto da Baddan. Um até ofereceu uma nota de dólar pela moto!
Seguimos a viagem, agora em direção a Braço do Norte e Grão-Pará. Em Braço do Norte mais uma parada para abastecimento e um gatorade, o terceiro do dia até aquela hora. Saímos para Grão-Pará, cidade bem pequena e logo chegamos a estrada de chão, onde começa a estrada para a Serra do Corvo Branco, rodovia SC 370. Pra ficar melhor uma patrola tinha passado, revolvendo as pedras e afofando o areião. Aqui cabe um aviso, a rodovia é uma estrada de chão que, na serra, passa apenas um veículo! Dizem os moradores locais que existe uma previsão de asfaltar o trecho, veremos.
Neste trecho suamos um bocado, pois estávamos com garupa e a moto dançava na estrada, ora por causa das pedras, ora por causa do areião. Neste ponto nos afastamos um pouco devido a habilidade de alguns e a falta de habilidade de outros (nos quais me incluo). Paradas para fotos em um visual deslumbrante e começamos a perceber que o Bala não aparecia. Seguimos a subida, agora em uma região muito bonita, antes do segundo mata-burro, paramos as motos para tirar fotos e reagrupar a tropa. Após quase uma hora parado percebemos que o Bala não vinha. Resolvemos terminar de subir e deixar as mulheres na pousada, pois voltar com elas na garupa só iria dificultar a viagem.
O trecho final da serra é de tirar o folêgo com os paredões e abismos que se pode ver. As curvas são pavimentadas, tal a inclinação e o raio de giro. Parada no passo para as fotos de praxe e seguimos, agora descendo até encontrar um asfalto novo em folha, muito bem sinalizado que leva a Urubici. Chegamos na pousada, comemos algo e decidimos voltar com todas as motos. Até aquele instante não tivemos sucesso com o celular.
Saímos para a serra com a noite e imaginando como seria a descida no escuro! Foi tranquila. Alguns sustos com lebres e gambás e algumas escorregadas, logo chegamos em Grão-Pará, onde não havia nem sinal do Bala. Logo em seguida tocou o celular do Serjão e sua mulher avisou que a mulher do Bala estava com ele no hospital de Braço do Norte e que estava tudo bem. Como dali até Braço do Norte era perto resolvemos ir até lá. No hospital o Baddan se apresentou ao plantonista, afinal é médico, e logo que saiu o raio X contou o que viu: fratura no úmero direito. Nenhuma escoriação, somente o ego ferido.
Eles caíram logo que o Baddan os ultrapassou e sumiu na curva, onde perdeu o contato visual. A moto sumiu de baixo da Bala e ele foi ao chão, caindo sobre o ombro. A mulher saltou e apenas feiru um pouco a palma da mão. Legal o pessoal que deu apoio ao casal. Ajudaram a levantar a moto, deram um jeito de chamar o reboque pelo seguro e os levaram ao hospital, onde lá permaneceram até o médico liberar.
Nós fizemos mais uma tentativa de lanche e fomos para a pousada, serra acima. Chegamos lá já passava das onze da noite. Sujos, cansados e mortos de fome. A turma ainda fez um lanche, eu, depois do banho, fui direto para a cama. Ao tirar a calça e a jaqueta percebi o quanto estavam úmidas por dentro, tal o calor que suportamos durante o dia.
Sobre a pousada, surpreendeu! A pousada Pica Pau que fica na Estrada Geral para Rufino tem um ótimo atendimento, proporcionado pelos proprietários. A dona Edna não mede esforços para deixar os hóspedes em casa. Na noie anterior mostrou as fotos das geadas e da forte nevasca de 2011, atiçando a nossa volta no inverno. O café da manhã é excelente com várias bolos e tortas, sucos e doces. Na cozinha, enquanto os pastéis são fritos você pode tomar um tira-bicho, cafézinho, servido ao lado do fogão a lenha. O fogão também é o responsável pelo aquecimento da água do chuveiro. No pátio galinhas, gansos, um tanque e os pomares logo à vista mostram que estamos em um sítio. Sossego completo. Lembrando, não tem piscina!
Após o café, pegamos a estrada para a Serra do Rio do Rastro. Sim, não deu para irmos até o Morro da Igreja e ver a Pedra Furada. Nem a cascata, a qual vimos da estrada. Pelo menos temos um motivo para voltar. Saímos tarde, por volta das onze horas, mas o tempo continuva a nosso favor. A estrada que liga Urubici à cidade Bom Jardim da Serra, SC 430 e depois SC-435, também é deixar qualquer um sem fôlego. Logo na saída a altitude vai a 1550 m e depois vai variando entre 1200 e 1500 metros até chegar à rodovia SC-438 e o mirante da Serra do Ro do Rastro.
Como era hora do almoço paramos para almoçar na churrascaria Cascata, onde no estacionamento de pedra soltas eu acabai levando um pacote, com a moto praticamente parada. A roda dianteira atolou no pedregulho e eu fui ao chão. A Patrícia, ágil como uma gata, saltou fora! Moto erguida e o ego encontrado no meio da pedras, fomos almoçar. Finalmente, comida sólida após dois dias de estrada e todo tipo de porcaria, com a única e honrosa exceção do café da manhã.
Fotos tiradas, almoço aprovado, agora era a hora de descer o outro lado do maciço conhecido como Aparados da Serra, Serra do Corvo Branco, por onde subimos e Serra do Rio do Rastro, por onde descemos.
O restante da viagem foi tranquila, com muito calor e com alguns engarrafamentos ao longo da BR-101, como na ponte em Laguna, na entrada de Balneário Camboriú e na reforma da ponte em Garuva. Azar dos que estavam de carro e ficavam parados a mercê do deslocamento a baixa velocidade. Com as motos no corredor passamos rápido, apesar de sempre ter algum motorista mais estressado trancando o corredor ou então, mudando de faixa sem sinalizar. Chegamos em casa às 23:00 exaustos, mas com um belo sorriso no rosto. O visual que presenciamos não vai sair da memória. Santa Catarina é um estado que surpreende cada vez que você a visita.
Aos companheiros de viagem: Baddan, José Almir e Serjão, obrigado pela companhia. As garotas da garupa, obrigado pela compreensão e paixão por andar de moto. Não é para qualquer um, mas ainda quando no outro dia é difícil até sentar!
Nas fotos abaixo você terá um exemplo das paisagens que passamos. Espero que isso sirva de motivo para uma visita a esse lindo lugar. Outra coisa surpreendente, apesar do pouco tempo passado na cidade, Urubici é uma cidade muito linda, lipa e organizada. Vale a pena estender a estadia e visitar os outros pontos turísticos do local.
Números: bati o meu recorde de altitude, 1550 m; bati o recorde de consumo, 24,66 km/l!
Serra do Corvo Branco | ||
Curitiba, PR | Urubici, SC | |
522 | 11 h | Sol, 30 |
70 | 120 | Mapa |
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baddan on 13 March 2013 12:14 am
Um passeio sensacional
Uma turma bem parceira
E uma vista de tirar o folego
Espero poder fazer mais passeios
Ah e depois eu passo as fotos pro seu e-mail renato
Abço!
E parabéns pelo blog
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Paulo on 13 March 2013 9:10 am
Mas que “baita” aventura Renato!
Fotos belíssimas, melhor só estando lá!
Agora sei o que perdi.
Parabéns aos fotógrafos(as), e relato no blog.
Espero que o Bala (Jr.) recupere logo!
Abraço
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Junior (Hamilton) on 13 March 2013 10:49 am
Parabéns Renato pelo relato e estamos em recuperação para voltarmos lá e encarar aquela estradinha pirracenta , ótimos amigos e visual lindo um abração
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Renato on 13 March 2013 10:59 am
@ Baddan: o grupo promete mais passeios, também gostamos muito.
@ Paulo: perdeu mesmo, subir e descer 3 vezes a serra é para poucos!
@ Hamilton: vamos voltar, mesmo por que faltou o Morro da Igreja.
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Chris on 19 March 2013 11:19 pm
Beautiful pictures. I wanna come back to Brazil.:)
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ELTON on 7 January 2014 4:52 pm
BOM DIA..
JA FUI DUAS VEZES A SERRA DO RIO DO RASTRO…AGORA QUERO IR NESSA SERRA DO CORVO BRANCO..MAS VI VIDEOS..TEM TRECHOS DE TERRA….NAO TENHO MOTO…SÓ CARRO….PERGUNTO A VCS…É SEGURO DE CARRO?
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Moto Explorer :: Sem classificação A TIger 800 abs foi a minha escolha. on 9 November 2014 6:16 pm
[…] moto e do jeito que ela vem, ela me atenderá muito bem, aliás como a V-Strom tinha me atendido. A viagem para a Serra do Corvo Branco foi uma destas ocasiões. A Tiger 800 XC tem uma suspensão com maior curso e mais opções de […]