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Dia 06 de janeiro/2015
Hoje seria o dia de entrar no Uruguai e tentar chegar a Colonia Del Sacramento pela costa oeste do país. Digo tentar por que o GPS nos mandou por outro caminho! Como eu havia instalado o mapa do OSM, apenas com as quadrículas do sul do Brasil e Uruguai e tinha boas referências do nível de atualização, nem pensei em mudar quando saímos do Brasil. Por esse motivo, andamos mais pelo centro do Uruguai do que havíamos planejado.
A saída do hotel se deu antes do café da manhã, que acabamos por tomar em um posto de gasolina, na saída de Uruguaiana. Decididamente, o Hotel River não agradou! Café tomado, tanque completado, descemos mais um pouco até a fronteira dos dois países, em Barra do Quaraí, uma cidade de primeira! E logo ao atravessar a ponte sobre o rio Quaraí paramos na aduana uruguaia para os trâmites de praxe. Passaporte em mãos, documentação da moto, carimbo e uma papeleta que você deve portar consigo enquanto estiver em terras uruguaias. Procedimento muito rápido, não havia mais ninguém a não ser nós.
E a paisagem não muda muito, Uruguai e Brasil, ali naquelas bandas são muito parecidos: campos e mais campos, tudo muito plano e um arroio aqui e outro acolá. Descemos pela ruta 3 até Paysandu onde um pouco para baixo, em Young, deveríamos pegar o rumo de Fray Bentos e descer até Colonia. Porém, o mapa ou talvez alguma configuração que fiz, nos desviou para continuarmos na ruta 3. Não foi de todo ruim, afinal, estamos viajando para conhecer e mesmo quando erramos o caminho aproveitamos para conhecer algo novo.
Logo que passamos Salto, começamos a enxergar no horizonte nuvens de chuva e, quando estávamos em Young, o temporal noa alcançou com toda a sua força. Encontrei um pequeno balneário, comum nas margens dos arroios, e entrei próximo a um bar para esperar a chuva passar. Acabei pedindo licença para o pessoal e estacionei a moto na área coberta, tal era o vento, que quase dobrava os eucaliptos do lugar. A chuva veio fraca mas com muito vento, escureceu rapidamente e parecia que o mundo iria acabar!
Uns vinte minutos depois o vento acalmou e decidimos pegar a estrada. ao para para abastecer em Trinidad, e desconfiado que estávamos muito ao leste do destino, decidi trocar o mapa para Mapear e refazer a rota, a qual logo nos mandou por estradas vicinais em direção a ruta 1. A chuva não deu trégua, o que ajudou a diminuir o calor, mas o horizonte mostrava nuvens muito carregadas e raios, o que em um lugar descampado como o Uruguai, mete medo!
Mais algumas pequenas cidades do interior uruguaio e logo estávamos na ruta 1, conhecida nossa da outra viagem. E a partir de agora descobrimos como deve ser o vento patagônico, porque pegamos uma forte ventania até chegar à cidade. Na estrada encontramos um grupo de cinco motociclistas brasileiros e fomos em pelotão até a entrada de Colonia, motos inclinadas, asfalto molhado e a adrenalina a mil. Acabamos por não saber quem eram e não os mais vimos na cidade.
O GPS nos levou direto a pousada Le Vrero, indicação de outros viajantes e que valeu a pena.
A pousada Le Vrero é simplesmente sensacional, tanto pelo atendimento pessoal do proprietário como sua decoração e instalações. Como esta pousada tem apenas nove quartos o sossego é garantido. Pegamos um quarto de frente para a rua, com sacada, mas porta-janela tem isolamento acústico, sossego completo! Na outra viagem havíamos ficado na pousada El Viajero, muito boa, mas com vários quartos e um entra e sai razoável. O Sr. Luciano recebe os seus hóspedes indicando os pontos turísticos, mostrando a pousada e contando a história da casa. Como á conhecíamos Colônia ficamos na agradável conversa sobre o ilustre morador da casa, que dá nome a pousada, e a bonita decoração do interior. Na sala conde é servido o café da manhã tem um belo vitral do artista Joaquín Torres García: nuestro norte es el sur.
Bem instalados que estávamos, fomos dar um passeio e comer algo, pois nosso almoço se resumiu a algumas bolachas. E a rua central de Colônia del Sacramento, a avenida General Flores, tem tudo quanto é tipo de estabelecimento. Escolhemos um com mesas na calçada, La Passiva, e finalmente pudemos comer bem! E a escolha caiu em um chivito, claro! Viajar ao Uruguai e não comer um chivito é um sacrilégio…
Dia 07 de janeiro/2015
O dia de hoje foi destinado a revisitar Colônia com calma. Passear pelas ruas do centro histórico, olhar detalhes que não chamaram a atenção na outra visita e descansar. Um dos pontos que gostamos de ver é o atracadouro com embarcações a vela de vários países. Para quem gosta de viajar é um alento ver outros viajantes, longe de casa, vendo as mesmas coisas, mas sentindo-as de forma diferente. E Colônia é uma cidade única nesse aspecto.
Após o almoço e depois do repouso, pois as dores ainda estavam fortes, fomos visitar as lojas de artesanatos para comprar souvenires e passear pela rambla. Apesar do tempo feio na chegada, o dia amanheceu bom, com sol e céu azul, não muito quente e agradável para umas andanças pela cidade.
Jantamos na mesma avenida, no Pizza Subte e experimentei um entrecot delicioso. A Patrícia foi de pollo, para variar um pouco. E como o povo uruguaio come bem. As porções são fartas e a carne muito macia vem quantidades que não estamos acostumados. Muito bom.
Depois do descanso o rumo será Montevidéu, capital do Uruguai que não foi visitada na nossa primeira viagem.
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Piréx on 13 April 2015 10:59 am
Belas fotos, Renato. Colonia é um lugar espetacular. Talvez o GPS tenha preferido seguir na Ruta 3 em função do tamanho: olhando os mapas da área, me parece que os demais caminhos seguem por estradas de menor porte, o que justificaria essa decisão. Abraço!
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Renato on 14 April 2015 2:23 pm
Verdade, o GPS escolhe a melhor rota de acordo com as configurações e mapa. Já fui 2 vezes e acho que irei ainda mais vezes. O cidade boa de se estar!