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Dia 05 de Janeiro/2015

O terceiro dia da nossa viagem ao Uruguai começou com um bom café da manhã na Pousada. Somente as minhas costas é que doíam terrivelmente, mesmo com o relaxante muscular que estava tomando. Resolvi passar um WhatsApp para o amigo Danilo, nosso médico motociclista, e ele indicou um relaxante mais forte, repouso (fora de questão) e paciência (também sem muita).

A farmacêutica não recomendou tomar o remédio e pilotar, assim fiquei somente com o dorflex. Subir na moto continuava a ser um sacrifício, mas depois de alguns minutos, o corpo parecia se adaptar a nova posição e baixava um pouco a dor. Sofrimento somente quando precisava parar para abastecer, aí tinha de ficar sobre os apoios de pé e alongando até poder curvar o suficiente para descer da moto. Ufa, não está sendo fácil. Voltar, com todas as reservas feitas e algumas até já pagas, não era uma boa opção. Então, vamos em frente!

Hoje seria o terceiro mais curto deslocamento, apenas 341 km, entre São Miguel das Missões e Uruguaiana, extremo oeste do estado gaúcho, divisa com a Argentina. O céu azul já prenunciava um dia quente, ainda mais que para estas bandas daqui não tem meio termo: ou é quente ou é frio!

Seguimos pela BR-285 até encontrarmos a BR-472, ambas a partir de São Borja vão costeando o rio Uruguai, algumas vezes próximos, outras não. A região é bonita, totalmente plana, com pastos ou plantações de arroz, com seus grandes armazéns para estocagem. e totalmente desertas! Parece que estavámos chegando ao fim do mundo. Bom para desenvolver uma boa velocidade de cruzeiro.

Ao chegarmos mais perto de Uruguaiana, mais rios e várzeas podem ser vistos em ambos os lados da estrada. O ponto alto é passar pela ponte Gen. Osório sobre o rio Ibucuí, com extensão de 1317m. A ponte tem o seu início construída em estrutura metálica do tipo treliça fechada, com mão única, o que faz com tenha um semáforo para ordenar as travessias de lado a lado. A ponte foi construída por engenheiros ingleses em 1888 e servia, incialmente, como travessia ferroviária entre Itaqui e Uruguaiana. Com o fim das ferrovias tornou-se uma estrada comum. Como é bom ver como o nosso país é desenvolvido e interessado no crescimento de seus municípios! Mais detalhes sobre a ponte aqui neste link.

Após a travessia, logo chegamos a Uruguaiana, indo direto ao hotel. Pegamos o caminho que leva à ponte internacional, já que o hotel fica bem próximo. E o hotel, um dos mais caros que pagamos é de péssima qualidade, bem velho, com o carpet já gasto de tantos hóspedes. O primeiro quarto que pegamos, já durante o banho teve o banheiro alagado. Passamos para outro quarto, mas o padrão se manteve.

Fomos almoçar em um restaurante de quilo, bom, afinal já fazia alguns dias que não víamos almoço de verdade! Mas andar pelas ruas de Uruguaiana naquele calor não é para qualquer um. Logo voltamos ao hotel para uma dose mais forte de relaxante muscular e repouso sob o ar condicionado do quarto.

Mais para o fim da tarde fomos dar uma volta e conhecer a famosa ponte que separa o Brasil da Argentina, sobre o Rio Uruguai. Uma construção muito bonita, mas impossível de se chegar perto, por causa da aduana. Afinal, o que o Brasil tanto protege com suas aduanas? ara que tanta burocracia se fazemos parte do Mercosul?

Aproveitamos a caminhada e fomos procurar uma lancheria para o jantar. Achamos um bolicho com um bom sanduíche, bem perto da praça da matriz. Tiramos algumas fotos e voltamos ao hotel para descansar e enfrentar o Uruguai inteiro em um só dia. O bom da viagem ao Uruguai é que em um dia apenas você atravessa o país!